domingo, 5 de outubro de 2014

Olinda: Praça do Carmo e Mosteiro de São Bento

A expressão "Oh... linda!" é clichê para referir-se à cidade, principalmente em uma espetacular manhã de sol. Se você vem a Recife, esticar até Olinda é obrigação. 

Olinda, Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade.
Ao fundo, o Mosteiro de São Bento. À direita, a Prefeitura Municipal de Olinda.
Foto: Rafa

A descrição da UNESCO justifica a inclusão na lista de Patrimônios Mundiais em 1982. Segue a tradução que fiz de alguns trechos:
"O centro histórico de Olinda, o qual está localizado a alguns quilômetros ao norte (...) de Recife, ainda permanece com o charme de cidade museu do período colonial. Olinda foi fundada em 1537 pelo português Duarte Coelho (...) e cresceu rapidamente devido ao cultivo de cana de açúcar na região de Pernambuco (...). Desde o século 16, igrejas e conventos (...) foram construídos pelas missões religiosas. 
Os holandeses ocuparam a região de 1630 a 1654 e construíram uma cidade bem planejada, onde hoje está localizada Recife. O governo dos holandeses prosperou com a produção de cana de açúcar nas plantações localizadas no rico solo ao longo da costa. Contudo, os invasores incendiaram Olinda e criaram uma administração (...) centrada em Recife.
Os portugueses retomaram Pernambuco em 1654 e recuperaram Olinda, que se tornou mais uma vez uma cidade importante (...). No início do século 18, desenvolveu-se uma rivalidade entre Olinda, capital administrativa (...) e residência dos grandes proprietários de terras, e Recife, (...) habitado por comerciantes, empresários e trabalhadores. 
Recife continuou a prosperar (...) e tornou-se capital da província em 1827, enquanto Olinda teve um declínio. Pernambuco foi cenário de diversas rebeliões contra o domínio português (...) e tornou-se um estado da República Brasileira em 1891.
A maior parte da malha urbana de Olinda data do século 18, embora incorpore alguns monumentos mais antigos. 
As qualidades únicas do Centro Histórico provém do equilíbrio preservado entre construções públicas e privadas e paisagens verdejantes (...). É uma cidade de vistas surpreendentes: uma das numerosas igrejas, conventos barrocos ou (...) capelas pode aparecer inesperadamente ao virar a esquina. Os refinamentos elaborados (...) das principais estruturas arquitetônicas contrastam com a charmosa simplicidade do casario pintado de cores vivas e das fachadas revestidas de azulejos.
Nas últimas décadas, Olinda - uma cidade (...) muito apreciada pelos artistas - tem sido objeto de numerosas medidas de preservação. Prédios históricos (...) tem sido restaurados e a construção de novos edifícios tem sido regulada por um plano diretor (...)."


Casas de Olinda, Igreja de São Pedro e Mosteiro de São Bento entremeados por verde,
contrastando com os prédios de Recife no horizonte. (Vista da Caixa d'Água.)
Foto: Rafa

A artística e bucólica Olinda é colada na vizinha moderna e congestionada Recife. Você pode pesquisar os ônibus no site da empresa Grande Recife e estimar os valores para as tarifas de táxi no Calculador de Tarifa de Táxi. A Praça do Carmo é o ponto de partida para as ladeiras, as quais você pode percorrer a pé ou de carro. 

A Igreja do Carmo, instalação mais antiga da Ordem dos Carmelitas nas Américas, foi construída em 1580 como Capela de Santo Antônio e São Gonçalo. Foi destruída durante a ocupação holandesa e recuperada com o retorno dos portugueses. Contudo, no início do século 20, novamente em ruínas, correu o risco de ser extinta durante a reforma urbana de Recife e Olinda, que previa a estruturação de uma grande avenida no local. Foi salva por seu valor histórico, ao ser tombada pelo Serviço Nacional do Patrimônio Histórico, em 1938. Novamente em risco, dessa vez de desabamento, iniciaram-se obras de drenagem em 1996 para que se mantivesse firme e obras de restauro em 2006, sendo entregue à cidade em 2012, para alegria dos moradores e dos visitantes. (Referência: olinda.pe.govmimo.art.br)
No Natal, um grande presépio decora a frente da Igreja.
No Carnaval, os arredores da praça servem de concentração para diversos blocos.
Foto: Rafa


Situado em uma casa próxima, você encontra o Posto de Informação Turística, com mapas úteis e vários folhetos à disposição. 



Como o calor é constante em Pernambuco, a visita ao Posto pode ser aproveitada para se refrescar no ar condicionado! :P
Endereço: Av. Liberdade, 98, Carmo
Foto: Rafa



Ao continuar pela Av. Liberdade, você chega à Praça João Alfredo que, embora seja pequena, abriga a todos que vem curtir a folia - pierrots, colombinas, piratas, princesas, fadas e super-heróis - no Carnaval.

Na praça, a Igreja de São Pedro Apóstolo, da segunda metade do século XVIII. 
Alcançada por uma pequena escadaria, tem torre única e interior simples. (Referência: olinda.pe.gov)
Foto: Rafa

Existem vários caminhos pelas ladeiras e você deve escolher o mais adequado aos seus interesses (igrejas, restaurantes, lojas, paisagens), ao seu grupo (pessoas com dificuldade de locomoção ou não), ao meio de transporte (a pé ou de carro) e ao ponto de partida (Praça do Carmo ou pousada no centro histórico).

Das Praças do Carmo e João Alfredo (aproximadamente no centro do mapa),
 você pode seguir para o Alto da Sé (canto superior) ou para o Mosteiro de São Bento (canto inferior).
Créditos: Rafa, com ajuda do Google Maps. ;)

Nós seguimos o passeio de carro pela Av. Sete de Setembro até o encantador casario colorido da Rua São Bento.

Ruas tranquilas em uma manhã de sábado no mês de Outubro.
Foto: Rafa

Ao final da Rua, você vê o Mosteiro de São Bento parecendo um cartão postal, emoldurado pelo céu azul. É aberto para visitação todos os dias, das 9h às 11h45 e das 14h às 17h, com missas todos os dias às 06h30 e canto gregoriano aos domingos às 10h.


Segunda instalação beneditina no Brasil, o Mosteiro de São Bento de Olinda foi construído a partir de 1586, destruído pelos holandeses e reconstruído de 1654 a 1759, no estilo barroco. Abrigou a primeira Escola de Direito do Brasil, fundada em 1811, por mais de duas décadas. A igreja é austera, com interior de nave única e forro pintado com motivos florais. O teto da capela-mor é ornado com pinturas conventuais. O altar-mor possui retábulo de influência barroca, neoclássica e rococó e madeira revestida em ouro. (Referência: olinda.pe.gov)
Todo o interior da igreja apresenta ricos e elaborados detalhes para o deslumbramento dos visitantes.
Foto: Rafa

A pé, a caminhada do Mosteiro até o Alto da Sé, no sol e nas ladeiras, é cansativa... mas, como se fala aqui no Nordeste, "vamos simbora"! Dá uma olhadinha no mapa para escolher o seu trajeto, que amanhã eu compartilho a continuação do meu roteiro. ;) 

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